Feira do Livro de Lisboa começa hoje

Começa hoje a Feira do Livro de Lisboa, e vai até 17 de Maio. O horário é este:
  • de 2.ª a 5.ª-Feira: das 12.30 às 20.30
  • 6.ª-Feira e vésperas de feriados: das 12.30 às 23
  • Sábados: das 11 às 23
  • Domingos: das 11 às 22
É de aproveitar os descontos, em tempo de bolsos vazios...

Quero apenas repetir isto que já tinha escrito aqui em 6 de Fevereiro, portanto com muita antecedência para os expositores se prepararem:

O que diz a Lei do Preço Fixo sobre estas feiras?
  • Por serem feiras do livro, enquadram-se explicitamente no conceito de ocasiões especiais (art.º 14-1);
  • por serem ocasiões especiais, podem nelas praticar-se descontos entre 10% e 20% nas novidades;
  • por serem organizadas pela APEL, estão isentas do limite máximo de 25 dias por ano para a realização de ocasiões especiais (art.º 14-2).
A EXCEPÇÃO da Lei para as feiras da APEL aplica-se APENAS QUANTO AO PRAZO; NÃO HÁ EXCEPÇÃO PARA O DESCONTO máximo permitido para as novidades, que portanto CONTINUA A SER DE 20% nas feiras.

Repito o aviso: NÃO É PERMITIDO FAZER DESCONTOS SUPERIORES A 20% NAS NOVIDADES SEJA ONDE FOR, AINDA QUE SEJA NAS FEIRAS DO LIVRO DE LISBOA E DO PORTO, AINDA QUE SEJAM "LIVROS DO DIA". Depois não digam que não avisei!

Fnac: vermelho sobre vermelho

Mas agora a Fnac tem lugar cativo neste blogue? O que é que ela fez para estar acima da lei? Será que temos de desconfiar da seriedade ou da competência de quem tem de fiscalizar a Lei do Preço Fixo do Livro?

IGAC! Cu-cuu! Onde estás tu?

Nos dias 29 e 30 de Abril, a Fnac dá 10% de desconto sobre preços já de si com 10% de desconto, para um desconto total, portanto, de 19%, ilegal porque a Fnac já não tem dias de ocasiões especiais para gastar este ano.

Mas nestes dias a Fnac já estava em dias vermelhos por causa da "festa do livro" de que falei aqui. Nestes dias já havia novidades com 20% de desconto. Então como é que ficamos?

Novidades com 20+10=28% de desconto? Que lindo fica o calendário, com dias vermelhos sobre dias vermelhos. Que lindo não, que triste situação a que chegámos.

Não interessa se é desplante ou desespero da Fnac, o que interessa é que é ILEGAL e a IGAC devia actuar JÁ!

Continente: 50% de desconto em novidades

O Continente está com mais uma promoção de 50% de desconto, entre 24 de Abril e 3 de Maio. Desta vez são uns livros editados pela Lifecooler no ano de 2008, portanto ainda dentro do prazo sujeito a preço fixo. Não pode ser!

Além destes livros, há mais um com 50% de desconto: o Rio das Flores de Miguel Sousa Tavares. Foi publicado pela primeira vez em Outubro de 2007, pelo que os 18 meses do preço fixo terminaram em Março deste ano. Portanto, este desconto está dentro da legalidade.

Fnac: 36 dias - INADMISSÍVEL!

A Fnac faz uma festa do livro entre 16 de Abril e 6 de Maio - MUITO BEM, apoiado! Com descontos até 40% - MUITO BEM, apoiado! Sem ultrapassar os 20% de desconto em novidades - MUITO BEM, apoiado!

Ou seja, vão ser 21 dias de ocasiões especiais, nos termos permitidos pela Lei.

Mas a Lei só permite 25 dias de ocasiões especiais por ano e neste ano de 2009 a Fnac já ia com 15 dias acumulados! Vejamos:
  • os primeiros 14 dias foram entre 2 e 15 de Janeiro (lojas físicas) ou entre 1 e 14 de Janeiro (fnac.pt), como prova este post. Foi o que a Fnac chamou "O Melhor 2008" com 20% de desconto numa selecção de novidades.
  • mais um dia em 2 de Abril, por ocasião do Dia Mundial do Livro Infantil, como prova este post.
Agora, com estes 21 dias a somar aos 15 dias acumulados, chegamos a 36 dias, o que é ILEGAL e INADMISSÍVEL.

É A FNAC A CONTINUAR A RIR-SE DE NÓS E DA IGAC!

E nós aceitamos isto?

Livreiros de todo o país, vão conformar-se e chorar o vosso fado, ou vão reclamar para igacgeral@igac.pt?

No dia 25 de Abril, a Fnac atinge o seu limite anual de 25 dias de ocasiões especiais a que tem direito. Entre 26 de Abril e 31 de Dezembro de 2009, a Fnac não poderá fazer mais do que 10% de desconto nas novidades! Vai ser bonito, vai!

Media Markt Rio Tinto: chama-me parvo, chama!

A Media Markt de Rio Tinto está a dar, entre hoje e Domingo, uma moedinha de 2€ a quem comprar um livro do Saramago. Parece que esta oferta é adicional ao desconto de 10% sobre o preço de editor.

Ou seja, os factos são estes: no livro A Viagem do Elefante, cujo preço de editor é 17,50€ e ainda está sujeito a preço fixo, o cliente paga 15,75€ mas ganha uma moedinha de 2€.

Agora, tiremos as conclusões: ou o cliente está a pagar por esse livro 13,75€, tendo assim um desconto ilegal de 21,4%, ou a Media Markt quer fazer-nos acreditar que o cliente tem um desconto (legal) de apenas 10% e que a moedinha é mesmo um presentinho da sua lojinha queridinha que está cheiinha dessas moedinhas e não sabe o que lhes fazer.

É caso para perguntar ao gerente desta loja Media Markt, e em voz alta para ver se ele ouve:

MAS VOCÊ JULGA QUE EU SOU PARVO OU QUÊ?

IGAC, à vossa atenção, caso não se importem de trabalhar ao fim-de-semana.

Amanhã: Bertrand com 20% em todos os livros

Não esquecer: amanhã é a "2.ª 2.ª-feira" (sic) deste mês, e a Bertrand dá 20% de desconto em todos os seus livros. É legal, é de aproveitar. Mais detalhes aqui.

Vasco Teixeira fala da Lei

Vasco Teixeira fala aqui, en passant, sobre a Lei do Preço Fixo do Livro. Os excertos relevantes:
[...] entendo que nos devemos debruçar na revolução mais ou menos silenciosa que o retalho tem vivido nas últimas duas décadas [...]

Tudo começou em meados dos anos 80 do século passado, quando os livros começaram a ser comercializados nos hipermercados, fruto do aparecimento destas grandes superfícies comerciais. Na década seguinte, foram sendo construídos diversos centros comerciais, tendo sido então que apareceram as primeiras lojas FNAC ou o El Corte Inglês e que a rede de livrarias Bertrand cresceu aceleradamente.

Um pouco mais tarde, foram criadas as livrarias Almedina e as Bulhosa que, quando integradas no Grupo Civilização, assumiram a forma de rede de livrarias, com a compra e criação de outras unidades.

Não há qualquer dúvida de que a multiplicação dos pontos de venda de livros, muitos deles mais próximos dos consumidores quando estão disponíveis para a aquisição, impulsionou a venda de livros e aquilo a que alguém (não me recordo quem) se referiu como a «democratização do livro». Vendiam-se mais livros e em mais locais.

Tudo isto só foi possível graças à chamada Lei do Preço Fixo, publicada em 1996 e revista em 2000, de que José Afonso Furtado foi um dos pais, quando esteve no Ministério da Cultura. Sem esta Lei, porventura já um pouco antiquada mas ainda a desempenhar um papel vital no sector, não teríamos livros nas FNAC (ou não teríamos mesmo lojas FNAC) e a maioria das livrarias dos centros comercias (Bertrand e outras) sentiriam enormes dificuldades e, provavelmente, poucas sobreviveriam.
Portanto, sem Lei não haveria "a multiplicação dos pontos de venda de livros" e a "democratização do livro". É Vasco Teixeira que o diz.

Bulhosa.pt: até parece mentira

Até parece mentira que o site da Bulhosa esteja a dar "apenas" 5% de desconto hoje, por duas razões:
  1. Porque se criou a ideia de que todos têm de fazer sempre os 10% de desconto máximo nas novidades que a Lei permite.
  2. Porque os 5% nem sequer contam como ocasião especial - para a Lei, isso não é nada, devia ser mais de 10% (e ainda se chama "Lei do Preço Fixo" quando é a lei que encoraja os descontos?!).
A Bulhosa não vai na cantiga dos 10%. A Bulhosa sabe que, se fizesse 10% de desconto, teria de fazer mais 40% de vendas só para manter a sua margem bruta. Será que conseguiria? Será que, onde dantes vendia 10 exemplares de um título, passaria a vender 14? Haveria quatro clientes que comprariam esse título só por ter o desconto, que noutras circunstâncias não o comprariam? E ainda teria mais trabalho com as vendas adicionais, logo iria ter de meter mais empregados; e ainda iria ter mais risco com os stocks, logo iria ter mais trabalho a geri-los; e, se aumentassem os stocks proporcionalmente às vendas, então também aumentariam as devoluções, logo a Bulhosa iria ter mais trabalho; e ainda há as implicações financeiras agravadas... É por isto que a Bulhosa não vai na cantiga dos 10%. Só merceeiros e marketeiros de detergentes é que gostam de brincar com preços e promoções, mas no fim nem se apercebem do mal que fazem ao sector.

Até parece mentira, mas estou contente que seja verdade.

Fnac: 15 dias

Amanhã, a Fnac gasta mais um dos 25 dias por ano de ocasiões especiais a que tem direito. Como já tinha gasto 14 dias este ano, quer dizer que até ao fim do ano a Fnac só tem mais dez dias de ocasiões especiais.

Como ainda mal entrámos em Abril e falta passar pelas promoções de Verão, regressos às aulas, dias mundiais para tudo e mais alguma coisa, Natal, etc., cheira-me que estes dez dias não vão chegar, mas é para isso que a IGAC tem de estar atenta.