Este pequeno livreiro de Torres Vedras, com duas livrarias, mas com concorrência local, persiste na sua campanha de ter todos os dias um livro com 20% de desconto e, a ver pela lista desta semana, sempre novidades.Para já, contabilizem-se 6 dias de ocasiões especiais para este livreiro. No entanto, a este ritmo, será já no início de Fevereiro que estas livrarias esgotarão os 25 dias de ocasiões especiais em 2009 e entrarão em infracção à lei.
Será que o livreiro tem uma interpretação da Lei diferente da minha? A IGAC é que determinará, quando e se chegar a ela.
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Caro anónimo,
ResponderExcluirchamo-lhe a atenção para este excerto do comunicado publicado pela Livrododia esta manhã:
"A outra grande novidade será ao nível das ofertas aos clientes. A partir de agora em vez de procurar, diariamente, o livro que beneficia de 20% de desconto, esteja atento pois, durante todo o ano, haverá pelo menos um dia por mês em que os nossos clientes encontrarão uma baixa generalizada de preços na nossa loja do Centro Histórico. Assim terá a oportunidade de encontrar na Livrododia os melhores livros, artigos de papelaria, brinquedos e gifts, aos melhores preços, sempre acompanhados de uma enorme diversidade de chás, bolos e bolachas, servidos na nossa cafetaria."
Permita-me ainda, apesar de sempre desconfiar das iniciativas que se escondem (e promovem) o anonimato, dar-lhe mais alguns dados acerca dos Livros do dia. Durante três anos e meio, a Livrododia disponibilizou aos seus clientes, diariamente, livros com 20% de desconto. Durante esse período, só por uma vez, dispusemos do apoio de uma editora que nos fez um desconto maior para patrocinar a presença do seu livro nesse destaque.
Todos os outros livros foram, como julgo que compreenderá, um abdicar da margem com que contamos em benefício do cliente. As vantagens desta iniciativa revelaram-se mais ao nível do destaque dado a cada um dos livros do que comercialmente.
No entanto, não posso deixar de notar que os destaques e os descontos dados por outras livrarias têm um preço diferente do nosso, pago pelas editoras. E se assim é, seria bom perceber a quem beneficia esta lei. Aos editores? Aos grandes redes livreiras? Aos livreiros independentes? Aos clientes finais?
Se tivesse que apontar um grande defeito a esta lei seria este mesmo - o de não se perceber a quem ela se apropria. Tenho em grande estima o Dr. Furtado e a equipa que preparou esta lei, mas quase treze anos passados, não sei se uma revisão bastaria para a tornar funcional, tendo em conta as mutações observadas no mercado.
Penso que a Lei, quando saiu, já saiu tarde. O mal estava feito. O livro mudou muito desde aí. Nem todos temos tido a capacidade de acompanhar essa mudança. Embora cada um, ao seu humilde jeito, vá fazendo aquilo que pode.
Boa sorte, Sr. Anónimo.