Promoção bem legal: O Segredo com 55% de desconto

Três boas notícias num só post, e uma quarta notícia má que se pode transformar em boa:

Primeira: O Segredo com 55% de desconto nos hipermercados Continente (e já são 37 desses monstros!), até 8 de Fevereiro - o livro fica a 6,30€ para um preço de editor de 14€. Apesar de ter sido o livro mais vendido em retalho em 2007 e 2008, apenas 9% dos adultos e 16% dos lares possuem um exemplar, pelo que esta promoção ainda há-de servir a alguém, com certeza.

Segunda: aqui está um exemplo de uma promoção bem legal. Bem legal, porque respeita a lei, já que o livro foi publicado há mais de 18 meses e portanto está em preço livre, o que significa que pode ser vendido a qualquer preço acima ou abaixo do preço fixado pelo editor; pode ainda ser vendido com prejuízo (abaixo do preço de custo, conceito infelizmente quase impossível de definir nas cadeias), se for vendido como "saldos" dentro da época e estiver em stock há mais de 30 dias. Bem legal, porque é um exemplo de estratégia de skimming - procurar lucros marginais ou residuais para um produto que já saturou o mercado, usando o preço como variável. Bem legal, porque todos ganham e ninguém perde: a Leya ganha porque vende acima do preço de custo, o Continente ganha porque vende acima do preço de custo, o consumidor ganha porque compra com um grande desconto, e o Livro não perde porque este título já cumpriu o seu ciclo de vida.

Terceira: não esquecendo a IGAC!, que é para ela que aqui estamos, repare que o Continente fala em desconto e depois dá o desconto em cartão para uso diferido. É a mesma coisa que dar pontos para uso diferido, é a mesma coisa que dar dinheiro que só vale nas suas lojas. Fnac e Bertrand e outras que usam chico-espertices de pontos para contornar a Lei, eu irei atrás de vocês!

Quarta, a má notícia: livreiros que não conseguem comprar à Leya O Segredo com 55% de desconto, revoltem-se e queixem-se! Mas também vinguem-se e façam-na pagar por estas pulhices comerciais: vejam quantos exemplares compraram no último ano ou seja qual for o vosso prazo de devolução e vão ao Continente comprar o mesmo número de exemplares (por exemplo 50, e depois, se forem simpáticos com a menina da caixa, ela deixa-vos pagar 10 de cada vez, para contornar o limite por cliente). Devolvem tudo à Leya como se não tivessem conseguido vender qualquer exemplar no último ano e recebem um crédito que pode ir até 25% (no caso dos livreiros de 3.ª classe a quem a Leya dá o desconto mínimo). Afinal, esta é uma má notícia que até pode tornar-se lucrativa. Aproveitem!

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